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Dualismo – dois ainda um

 

>> O dualismo afirma que se pode reconhecer dois lados das coisas e perceções que parecem ser opostos ou complementares, tais como dia e noite, sol e lua, luz e sombra, sonho e realidade, lealdade e traição, afeto e aversão, bem e mal.

 

A dupla perceção começa com o desenvolvimento do ego (por volta da idade de um) através da demarcação de "ego" e "não-ego". Até então, a criança vivia inteiramente em simbiose com a sua mãe e o seu ambiente, completamente inconsciente e ainda sem uma individualidade distinta – quase "num estado paradisíaco". Nessa altura, não havia questões, distinções e polaridades. Completamente no momento, no ser, na rede da vida^[1] na unicidade e na ligação natural, a vida flui, se a sobrevivência for assegurada, de forma muito simples. Em Spiral Dynamics^[2] é o primeiro mem bege.

 

No longo caminho para uma consciência e personalidade independentes, a criança (agora no mem púrpura) desliga-se desta dependência. Ainda inteiramente controlado por impulsos, o cérebro aprende gradualmente a reconhecer, interpretar e separar as correlações iniciais: sujeito ou objeto – as pessoas e as coisas são boas ou más, limpas ou sujas, agradável ou vergonhoso. Com o início da individuação e da socialização, a dupla perceção expande-se para a visão de "ou-ou": ou claro ou escuro. Esta distinção e separação em opostos em parte irreconciliáveis, por um lado, e em polaridades parcialmente condicionantes e complementares, por outro, constitui o requisito para o pensamento intelectual conscientemente e aprendizado cognitivo na nossa cultura e sociedade ocidental (isto nas seguintes mem vermelho, azul e laranja).

 

No decurso do envelhecimento, uma pessoa jovem sai do fluxo de ligação natural, de modo que a memória da unidade anterior começa a desvanecer-se. O que resta é um sentimento de falta/um vazio e um profundo anseio interior por esta unidade inicial. Ambos os sentimentos permanecem frequentemente inconscientes durante muitos anos ou mesmo durante uma vida inteira^[3].

 

Na natureza desta ilha vulcânica açoriana, nas pessoas, em múltiplas formas e cores, bem como nos nossos dois hemisférios do cérebro com as suas diferentes funções, estes pares de opostos são evidentes. No Caribou Azores também salienta que são como duas faces de uma moeda ou como irmãos. Por exemplo, através do silêncio, da meditação e das 5 capacidades centrais, estas polaridades podem aproximar-se novamente e a unidade inicial e a ligação natural para além da separação sujeito-objeto podem ser novamente experimentadas até certo ponto – não mais inconscientemente como quando criança, mas agora muito conscientemente – de acordo com o desenvolvimento (no mem verde, amarelo e turquesa) através do aprendizado holístico, do pensamento percetivo e da reconexão "bem como".

 

 

Urban